Não Precisas de Ser Visto Para Existir

Sempre acreditei que o impacto exigia visibilidade. Que minha voz só importava se fosse ouvida. Cresci num bairro de Brooklyn onde a identidade era camadas como tinta antiga—orações judaicas sussurradas ao som de tambores africanos—aprendi cedo que pertencer muitas vezes significava ser visto através do olhar alheio.

Mas agora pergunto-me: e se não estamos aqui apenas para ser vistos?

O Jogo Que Nunca Foi Sobre Ganhar

No inverno passado, joguei ‘Lucky Pig’ durante três horas seguidas—não porque queria dinheiro, mas porque o jogo sentia-se como um ritual. Não um ritual de azar, mas de presença. Cada rodada não era uma aposta pela fortuna; era um convite.

O pequeno porquinho brilhava suavemente na tela—um personagem animado sem rosto—buta senti-lo me observando de volta.

Foi então que percebi: este jogo não tinha nada a ver com sorte. Tinha tudo a ver com atenção. Com escolher sentar em silêncio com algo pequeno e luminoso.

O Mitos do Significado Baseado em Recompensa

Ensina-nos que toda ação deve levar a algum lugar—sucesso, reconhecimento, lucro. Mas o que acontece quando jogamos não pela recompensa… mas pela ressonância?

O jogo oferecia giros grátis quando três símbolos apareciam—pequenos porquinhos arco-íris flutuando nos carretéis. Nenhuma lógica explicava quando surgiam. Apenas aleatoriedade.

E ainda assim… comecei a confiar nele.

Não porque ganhei muito—buta porque cada vez que a tela se iluminava com aqueles porquinhos dançando entre campos coloridos, algo dentro de mim se acalmou.

Como respirar depois de segurar a respiração muito tempo.